ANÁLISE DO MERCADO DE RESINAS: TENDÊNCIAS DE PREÇO
As flutuações nos preços das resinas plásticas têm sido um tema recorrente entre os compradores e fornecedores do setor. Em junho, testemunhou-se uma estabilização nos preços de Polietileno (PE), Poliestireno (PS) e Policloreto de Vinila (PVC), devido à redução nos preços das matérias-primas e um equilíbrio na oferta e demanda. Por outro lado, o Polipropileno (PP) e o Polietileno Tereftalato (PET) enfrentaram pressões de subida em preços, impulsionados por custos mais altos de insumos e uma demanda mais forte, tanto no mercado interno quanto externo. Este artigo examina cada resina em detalhe, destacando as tendências e fatores que influenciam os preços.
PREÇOS DO POLIETILENO MANTIDOS ESTÁVEIS
Os preços do Polietileno permaneceram estáveis em junho, contrariando as expectativas de aumento de 3¢/lb. ExxonMobil Chemical, líder nas propostas de aumento, indicou um ajuste de 5¢/lb programado para julho sobre alguns copolímeros. No entanto, outros fornecedores, como Nova Chemical e CP Chem, decidiram adiar seus aumentos. Essa decisão parece estar alinhada com a realidade do mercado de spot, onde os preços seguem estáveis.
De acordo com Michael Greenberg da Plastics Exchange, o mercado de PE na América do Norte ainda conta com vantagens significativas em relação aos custos de matérias-primas, permitindo exportações robustas. Com 65% das exportações direcionadas à América Latina, a pressão para manter os preços firmes se manterá. Além disso, o aumento das tensões comerciais e tarifárias pode continuar a impactar o mercado, ampliando a incerteza entre os players do setor.
POLIPROPILENO: AUMENTO NOS PREÇOS
O Polipropileno viu um incremento de 8¢/lb em junho, seguindo um aumento anterior de 7¢/lb em maio. Esses aumentos coincidiram diretamente com as altas nos contratos de monômeros de propileno. Scott Newell, vice-presidente da RTi, expressou um otimismo moderado, afirmando que os preços do PP podem ter atingido seu pico em junho e que um estabilização ou queda é esperada nos meses subsequentes.
Entretanto, os desafios permanecem. O setor de polipropileno enfrenta interrupções na produção devido a dívidas, e um aumento constante na demanda por exportações para mercados como México e Colômbia garante que a pressão de preços não desapareça rapidamente. A dificuldade em acumular um estoque suficiente de polipropileno torna o mercado ainda mais suscetível a flutuações.
POLIESTIRENO: PRESSÃO A BAIXO
Os preços do Poliestireno mantiveram-se estáveis, porém enfrentam pressões descendentes. Muitos processadores estão em busca de concessões de preços, utilizando uma base de custos de matérias-primas mais baixas como argumento. As cotações de benzeno e etileno vêm apresentando quedas, o que pode eventualmente se traduzir em um ajuste de preços ao longo do tempo.
Robin Chesshier, outra voz significativa no setor, destacou que as barreiras comerciais estão dificultando as exportações de estireno, o que pode impactar a oferta e, consequentemente, o preço. A expectativa de um aumento da demanda no terceiro trimestre para produtos como eletrodomésticos asiáticos está no horizonte, o que pode resultar em uma pressão incisiva sobre os preços.
POLICLORETO DE VINILA: PREÇOS ESTÁVEIS
Os preços do PVC não mostraram mudanças significativas em junho, mantendo-se estáveis apesar da demanda interna elevada. Mark Kallman, vice-presidente da RTi, anunciou que as taxas operacionais estão acima de 90%, o que poderia sugerir um aquecimento no mercado. Contudo, a interação complicada de oferta e demanda sugere que esses preços devem permanecer planos por um período prolongado.
O fenômeno dos preços baixos de etileno não tem se refletido na precificação do PVC, uma mudança que poderia potencialmente alterar a dinâmica de preços. Kallman também alertou que a recente atividade exportadora não tem acompanhado a quantidade, resultando em uma desarticulação no planeamento de suprimentos.
POLIETILENO TEREFTALATO: AUMENTO NOS CUSTOS
Em contraste com os outros materiais, o Polietileno Tereftalato (PET) viu um aumento nos preços, com incrementos de 2¢/lb em junho. Este cenário é alimentado pelos custos crescentes de matérias-primas como PTA e MEG e uma demanda robusta do setor de embalagens. O preço atual de mercado para o PET, que é um dos mais altos do mundo, mantém a América do Norte como um centro de grandes consumos.
Ainda que tarifas antidumping tenham sido aplicadas em maio sobre as importações de cinco países, a demanda interna e a sobrecarga global influenciam as cotações. As expectativas de crescimento no consumo durante o verão podem resultar em pressões adicionais sobre os preços do PET.
PERSPECTIVAS FUTURAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cenário atual dos preços de resinas mostra uma clara dicotomia entre os materiais. Enquanto o PE e o PVC se estabilizam, PP e PET continuam a ver aumentos significativos. Fatores como as tarifas comerciais e as flutuações nos preços das matérias-primas permanecerão no centro das preocupações, influenciando decisões de compra e planejamento de produção nos próximos meses.
Atentar às movimentações do mercado, ofertas e contratações futuras será essencial para que os players possam navegar de forma eficaz por este ambiente volátil. O comportamento contínuo das cotações dos combustíveis e as políticas comerciais globais serão determinantes para moldar o cenário de preços de resinas antes do final do ano.
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