Nota de R$ 10 de plástico completa 25 anos de lançamento no Brasil

Nota de R$ 10 de plástico completa 25 anos de lançamento no Brasil

Apesar de ser uma raridade atualmente, a cédula de R$ 10 de plástico ainda é válida e
completa 25 anos nesta semana. Lançada em 24 de abril de 2000 em comemoração aos 500 anos da chegada de Pedro
Álvares Cabral ao Brasil, a nota está na coleção de vários entusiastas por ser a única feita de polímero da
família do real e pode chegar a valer por volta de R$ 150 se estiver em boas condições.

O Legado da Cédula de R$ 10 de Plástico

A cédula de R$ 10 de plástico, emitida em 2000, representa um marco na história monetária do Brasil. Lançada
para celebrar os 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral, ela se destacou por ser a única nota de polímero
da família do Real. Além de sua função como meio de troca, a cédula se tornou um item de colecionador,
despertando o interesse de numismatas e entusiastas.

Apesar de sua breve circulação, a cédula de R$ 10 de plástico deixou um legado duradouro, influenciando a
discussão sobre a inovação em materiais e design de cédulas. Sua raridade e valor histórico a tornam um objeto
de desejo para colecionadores, simbolizando um momento único na história econômica e cultural do país.

Circulação e Raridade

Segundo o Banco Central (BC), existem aproximadamente 3,5 milhões de cédulas dessas em circulação atualmente.
Para comparação, existem 627 milhões de cédulas de R$ 10 em circulação hoje em dia, incluindo as da primeira e
da segunda família do real. Essa disparidade evidencia a raridade da cédula de plástico, o que contribui para
seu valor no mercado de colecionadores.

A menor quantidade de cédulas de plástico em circulação se deve ao fato de que grande parte da emissão foi
retirada e destruída pelo Banco Central, à medida que as notas retornavam em mau estado de conservação. Esse
processo de substituição gradual aumentou ainda mais a escassez da cédula, elevando seu valor para aqueles que
desejam adicioná-la às suas coleções.

O Fascínio da Numismática

A numismática, o estudo e coleção de moedas e cédulas, encontra na nota de R$ 10 de plástico um objeto de
fascínio. Mariana Campos, diretora de comunicação da Sociedade Numismática Brasileira (SNB) e proprietária da
Reserva Numismática, destaca que a cédula é especial por ser a única nota comemorativa do Real. As edições
especiais são mais comuns em moedas, como a que celebra os 30 anos do Real, lançada em 2024.

O interesse dos numismatas pela cédula de R$ 10 de plástico se deve à sua singularidade, valor histórico e
potencial de valorização. A busca por exemplares em bom estado de conservação e com características específicas
movimenta o mercado de colecionadores, impulsionando a pesquisa e a troca de informações sobre a cédula.

Diferenças de Impressão e Valor Numismático

De acordo com Mariana Campos, existem diferenças de impressão na cédula que impactam seu valor numismático. Uma
versão apresenta o nome “Pedro Álvares Cabral” por extenso, enquanto outra traz a abreviação “Pedro A. Cabral”.
A versão com o nome por extenso é considerada mais rara e, portanto, possui um valor mais elevado entre os
colecionadores.

Essas variações na impressão demonstram a atenção aos detalhes que os numismatas dedicam às cédulas. A busca
por exemplares específicos, com características únicas, é uma prática comum no mundo da numismática, impulsionada
pelo desejo de possuir peças raras e valiosas.

O Teste com o Polímero

A cédula de polímero foi parte de um teste realizado pelo Banco Central com o objetivo de avaliar um material
diferente do papel-moeda utilizado nas outras notas do Real. Entre 2000 e 2001, foram produzidas 250 milhões
de cédulas para analisar sua durabilidade, resistência à falsificação e aceitação pela população.

A utilização do polímero em cédulas já era uma realidade em outros países, como Inglaterra e Canadá. O Banco
Central buscava verificar se esse material poderia oferecer vantagens em relação ao papel-moeda, como maior
resistência ao desgaste e maior dificuldade de falsificação. No entanto, os resultados do teste não foram
conclusivos.

Resultados do Teste e Decisão do Banco Central

De acordo com o Banco Central, o teste com o polímero apresentou aspectos positivos, mas os estudos não foram
considerados conclusivos. Diante disso, o BC decidiu não adotar o polímero em um primeiro momento, mas
continuou acompanhando a evolução do uso desse substrato em outros países, com a possibilidade de reavaliar a
questão no futuro.

A decisão do Banco Central de não adotar o polímero em larga escala demonstra a cautela da instituição em relação
a mudanças significativas no sistema monetário. A análise de custos, benefícios e riscos envolvidos na
substituição do papel-moeda pelo polímero foi fundamental para a tomada de decisão.

Tendências de Circulação e Substituição

A tendência é que as cédulas de R$ 10 de plástico continuem saindo de circulação. Em julho, o Banco Central
publicou uma orientação para que a rede bancária encaminhasse à autoridade monetária as cédulas da primeira
família do Real para substituição das notas desgastadas por novas. A expectativa é que as condições das notas
não estejam adequadas para circulação, devido ao tempo de vida útil.

A substituição gradual das cédulas de R$ 10 de plástico contribui para o aumento de sua raridade e valor no
mercado de colecionadores. À medida que menos exemplares estiverem em circulação, a procura por elas tende a
aumentar, impulsionando seus preços.

O Estado de Conservação e o Valor para Colecionadores

Para os colecionadores, o valor das cédulas varia de acordo com o estado de conservação. As cédulas em estado
“Flor de Estampa”, que não circularam e estão em perfeitas condições, são as mais valorizadas. O livro Cédulas
do Brasil, de Cláudio Amato, Julio Ernesto e Irlei Soares, é uma referência para catalogar as cédulas e balizar
os preços médios.

De acordo com Mariana Campos, da SNB, uma cédula em estado “Flor de Estampa” e com o folder original contendo
informações sobre a cédula pode valer cerca de R$ 150. Essa valorização demonstra a importância do estado de
conservação para os colecionadores, que buscam exemplares em perfeitas condições para adicionar às suas
coleções.

A Experiência de um Colecionador

O colecionador Ruy Peretti adquiriu a cédula de R$ 10 de plástico com o folder original logo no lançamento, em
2000. Ele se dirigiu ao prédio do Banco Central em São Paulo e pagou R$ 13 (equivalente a R$ 58,72 corrigido
pelo IPCA) pelo produto, que guarda em sua coleção. Para Peretti, o elemento que mais chama a atenção é o
filtro verificador, uma bolinha vermelha semitransparente na lateral da cédula.

O filtro verificador é um elemento de segurança único presente nas cédulas de polímero. Ao dobrar a cédula, a
bolinha se sobrepõe à caravela e revela o número 10 abaixo da caravela, comprovando a autenticidade da nota.
Esse mecanismo de segurança inovador demonstra a preocupação do Banco Central em combater a falsificação de
cédulas.

O Filtro Verificador: Um Elemento de Segurança Inovador

Segundo Ruy Peretti, o filtro verificador da cédula de R$ 10 de plástico é um elemento de segurança único em
todas as cédulas de polímero do mundo até hoje. Essa característica distintiva a torna ainda mais valiosa para
os colecionadores, que apreciam a inovação e a segurança presentes na cédula.

A presença do filtro verificador demonstra o pioneirismo do Brasil na adoção de tecnologias de segurança em
cédulas. A busca por mecanismos que dificultem a falsificação é uma constante na história monetária, e a cédula
de R$ 10 de plástico representa um importante passo nessa direção.

O Futuro da Numismática e a Cédula de R$ 10 de Plástico

A numismática continua a ser uma atividade apreciada por muitos, unindo o interesse pela história, economia e
arte. A cédula de R$ 10 de plástico, com sua raridade e características únicas, certamente manterá seu lugar de
destaque no mundo da coleção de cédulas. As novas gerações de colecionadores encontrarão na cédula um objeto
fascinante para explorar e preservar.

Com o avanço da tecnologia e o surgimento de novas formas de pagamento, o futuro do dinheiro em espécie é incerto.
No entanto, a história da cédula de R$ 10 de plástico serve como um lembrete da importância de preservar a
memória monetária do país, garantindo que as futuras gerações possam conhecer e apreciar os objetos que
representaram um importante papel na economia e cultura do Brasil.


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