Mulher perde mão em acidente com moedor de carne em frigorífico de Chapecó

Mulher perde mão em acidente com moedor de carne em frigorífico de Chapecó

Uma
trabalhadora de 31 anos teve a mão direita amputada após um grave acidente com
um triturador de carne, na tarde de sexta-feira, 6 de junho, em Chapecó. O
incidente ocorreu por volta das 14h, em um frigorífico localizado no bairro
Esplanada.

Segundo o
Corpo de Bombeiros, a vítima operava o equipamento quando teve a mão puxada
pela máquina ao empurrar carne no moedor.

Para o
resgate, os bombeiros precisaram desmontar parte da estrutura e cortar uma
chapa de alumínio com uma serra, até conseguirem visualizar o punho da mulher
preso no bocal do equipamento, com a mão já dilacerada no interior do caracol
do moedor.

Utilizando a
função reversa da máquina, os socorristas conseguiram liberar o punho e parte
do tecido da mão, que já havia sido completamente comprometido. A mulher foi
atendida no local e, em seguida, encaminhada ao Hospital Regional do Oeste
(HRO).

Detalhes do Acidente e Resgate

O acidente ocorrido no frigorífico de Chapecó, que resultou na amputação da mão de uma trabalhadora, levanta sérias questões sobre a segurança no ambiente de trabalho e a necessidade de rigorosos protocolos de prevenção. A agilidade e eficiência do Corpo de Bombeiros foram cruciais para o resgate da vítima, minimizando o tempo de exposição ao risco e garantindo o encaminhamento rápido ao hospital. A complexidade da operação de resgate, que envolveu a desmontagem do equipamento e o uso de ferramentas específicas, demonstra a gravidade da situação e os desafios enfrentados pelas equipes de socorro em ambientes industriais.

A utilização da função reversa do moedor para liberar o punho da trabalhadora foi uma manobra delicada e precisa, que exigiu cautela e experiência por parte dos bombeiros. Essa ação, embora tenha permitido a remoção da vítima, não impediu a completa destruição da mão, evidenciando a força e o potencial de risco de equipamentos industriais como moedores de carne. A rapidez no atendimento e o transporte imediato ao Hospital Regional do Oeste foram fundamentais para garantir que a trabalhadora recebesse os cuidados médicos necessários o mais rápido possível.

O Papel da Segurança do Trabalho

Acidentes como este ressaltam a importância da segurança do trabalho em ambientes industriais, especialmente em frigoríficos, onde o uso de equipamentos potencialmente perigosos é constante. A implementação de medidas preventivas, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, treinamentos regulares sobre o manuseio correto de máquinas e a manutenção preventiva dos equipamentos, são essenciais para reduzir o risco de acidentes e proteger a integridade física dos trabalhadores. A fiscalização rigorosa por parte dos órgãos competentes também desempenha um papel fundamental na garantia do cumprimento das normas de segurança e na identificação de possíveis falhas nos processos.

A análise das causas do acidente é crucial para identificar as falhas que contribuíram para o ocorrido e implementar medidas corretivas para evitar que situações semelhantes se repitam. Essa análise deve envolver a participação de técnicos de segurança do trabalho, engenheiros, representantes dos trabalhadores e gestores da empresa, a fim de garantir uma abordagem abrangente e eficaz. Além disso, é fundamental que a empresa promova uma cultura de segurança, incentivando a comunicação aberta sobre os riscos e a participação dos trabalhadores na identificação de possíveis melhorias nos processos.

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em Frigoríficos

Em ambientes de frigorífico, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é indispensável para garantir a segurança dos trabalhadores, que estão expostos a diversos riscos, como cortes, perfurações, queimaduras, quedas e contato com agentes biológicos. Entre os EPIs mais comuns utilizados em frigoríficos, destacam-se luvas de proteção (resistentes a cortes e perfurações), aventais impermeáveis, botas de segurança (com solado antiderrapante e proteção contra impacto), toucas (para evitar a contaminação dos alimentos), óculos de proteção e protetores auriculares (para reduzir a exposição ao ruído). A escolha dos EPIs adequados deve ser feita com base na avaliação dos riscos presentes em cada atividade e nas normas técnicas aplicáveis.

Além de fornecer os EPIs, a empresa é responsável por garantir que os trabalhadores utilizem os equipamentos de forma correta e recebam treinamento adequado sobre o uso, conservação e higienização dos mesmos. A fiscalização do uso dos EPIs também é fundamental para garantir que os trabalhadores estejam protegidos durante a jornada de trabalho. A conscientização sobre a importância dos EPIs e a promoção de uma cultura de segurança são essenciais para garantir a adesão dos trabalhadores ao uso dos equipamentos e reduzir o risco de acidentes.

Normas Regulamentadoras (NRs) e a Segurança em Frigoríficos

A segurança e a saúde no trabalho em frigoríficos são regidas por diversas Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que estabelecem os requisitos mínimos para garantir a proteção dos trabalhadores contra os riscos presentes nesse tipo de ambiente. Entre as NRs mais relevantes para o setor de frigoríficos, destacam-se a NR-36 (Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados), que estabelece os requisitos específicos para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais nesse setor, e a NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), que estabelece os requisitos para a segurança no uso de máquinas e equipamentos em geral.

O cumprimento das NRs é obrigatório para todas as empresas do setor de frigoríficos e a fiscalização do cumprimento dessas normas é realizada pelos auditores fiscais do trabalho. O descumprimento das NRs pode acarretar em multas, interdição da empresa e outras sanções administrativas e judiciais. Além das NRs, outras normas técnicas, como as da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), também podem ser aplicáveis ao setor de frigoríficos, estabelecendo requisitos para a segurança de máquinas e equipamentos, a qualidade dos alimentos e outros aspectos relevantes para a segurança e a saúde no trabalho.

O Impacto Psicológico de Acidentes de Trabalho

Acidentes de trabalho, como o ocorrido no frigorífico de Chapecó, podem ter um impacto psicológico significativo tanto para a vítima quanto para os colegas de trabalho e familiares. A perda de um membro, como a mão, pode gerar sentimentos de tristeza, angústia, medo, insegurança e desesperança, além de afetar a autoestima e a autoimagem da vítima. O processo de recuperação psicológica pode ser longo e complexo, exigindo o acompanhamento de profissionais especializados, como psicólogos e terapeutas. O apoio da família, dos amigos e dos colegas de trabalho também é fundamental para ajudar a vítima a superar o trauma e se readaptar à nova realidade.

Além da vítima, os colegas de trabalho que presenciaram o acidente ou que trabalham no mesmo setor podem desenvolver sintomas de estresse pós-traumático, como flashbacks, pesadelos, ansiedade e irritabilidade. A sensação de insegurança no ambiente de trabalho pode aumentar e a confiança na empresa pode diminuir. É importante que a empresa ofereça apoio psicológico aos trabalhadores afetados pelo acidente, promovendo grupos de apoio, palestras informativas e atendimento individualizado. A comunicação transparente sobre as causas do acidente e as medidas que estão sendo tomadas para evitar que situações semelhantes se repitam também é fundamental para restaurar a confiança dos trabalhadores e promover um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.

Reabilitação e Reinserção no Mercado de Trabalho

Após um acidente de trabalho que resulta em sequelas físicas ou psicológicas, o processo de reabilitação é fundamental para ajudar a vítima a recuperar a sua autonomia e a se reinserir no mercado de trabalho. A reabilitação pode envolver diversas etapas, como fisioterapia, terapia ocupacional, acompanhamento psicológico e treinamento profissional. O objetivo é ajudar a vítima a desenvolver novas habilidades, a adaptar-se às suas limitações e a encontrar um novo emprego que seja compatível com as suas capacidades.

A empresa também tem um papel importante no processo de reabilitação e reinserção no mercado de trabalho, oferecendo apoio à vítima, adaptando o ambiente de trabalho e promovendo a inclusão. A lei garante à vítima de acidente de trabalho o direito à estabilidade no emprego por um período de 12 meses após o retorno ao trabalho, além de outros benefícios previdenciários, como o auxílio-doença acidentário e a aposentadoria por invalidez. É fundamental que a vítima receba todas as informações sobre os seus direitos e que conte com o apoio de um advogado especializado em direito do trabalho para garantir que seus direitos sejam respeitados.

A Importância da Manutenção Preventiva de Equipamentos

A manutenção preventiva de equipamentos industriais, como moedores de carne em frigoríficos, é um aspecto crucial para garantir a segurança dos trabalhadores e evitar acidentes. A manutenção preventiva consiste em inspeções regulares, lubrificação, ajustes e substituição de peças desgastadas, seguindo um cronograma pré-estabelecido. O objetivo é identificar e corrigir problemas antes que eles causem falhas no equipamento e coloquem em risco a integridade física dos trabalhadores.

A falta de manutenção preventiva pode levar a falhas inesperadas nos equipamentos, aumentando o risco de acidentes, como o ocorrido no frigorífico de Chapecó. Além disso, a falta de manutenção pode reduzir a vida útil dos equipamentos, aumentar os custos de reparo e diminuir a eficiência da produção. É fundamental que as empresas implementem um programa de manutenção preventiva abrangente, que inclua a inspeção regular de todos os equipamentos, a lubrificação adequada, a substituição de peças desgastadas e o treinamento dos trabalhadores responsáveis pela manutenção. A documentação das atividades de manutenção também é importante para garantir o controle e a rastreabilidade das ações.

Tecnologia e Segurança: Sistemas de Proteção em Moedores de Carne

A tecnologia tem um papel importante a desempenhar na melhoria da segurança em equipamentos industriais, como moedores de carne. Atualmente, existem diversos sistemas de proteção disponíveis no mercado, que podem ajudar a prevenir acidentes e proteger a integridade física dos trabalhadores. Entre esses sistemas, destacam-se os sensores de presença, que detectam a aproximação de um objeto ou pessoa da área de risco e interrompem o funcionamento do equipamento; as cortinas de luz, que criam uma barreira de luz que interrompe o funcionamento do equipamento quando é ultrapassada; e os dispositivos de intertravamento, que impedem o funcionamento do equipamento quando a proteção está aberta ou removida.

A instalação desses sistemas de proteção pode aumentar significativamente a segurança no uso de moedores de carne e outros equipamentos industriais. No entanto, é importante ressaltar que esses sistemas não eliminam completamente o risco de acidentes e que a conscientização dos trabalhadores e o cumprimento das normas de segurança continuam sendo fundamentais para garantir a proteção. Além disso, é importante que os sistemas de proteção sejam instalados e mantidos por profissionais qualificados e que sejam inspecionados regularmente para garantir o seu correto funcionamento.

Ações Legais e Indenizações em Casos de Acidente de Trabalho

Em casos de acidente de trabalho, como o ocorrido no frigorífico de Chapecó, a vítima tem o direito de buscar reparação pelos danos sofridos, tanto na esfera cível quanto na esfera trabalhista. Na esfera cível, a vítima pode ingressar com uma ação de indenização por danos materiais (despesas médicas, perda de renda, etc.) e danos morais (sofrimento, dor, angústia, etc.). Para obter a indenização, é necessário comprovar a culpa da empresa pelo acidente, ou seja, que a empresa agiu com negligência, imprudência ou imperícia e que essa conduta contribuiu para a ocorrência do acidente.

Na esfera trabalhista, a vítima pode ingressar com uma ação de indenização por danos decorrentes do acidente, como o pagamento de pensão mensal vitalícia (em caso de incapacidade permanente para o trabalho), o pagamento de indenização por danos morais e o pagamento de indenização por danos estéticos. Além disso, a vítima tem o direito de receber o auxílio-doença acidentário, a estabilidade no emprego por um período de 12 meses após o retorno ao trabalho e a aposentadoria por invalidez, caso fique incapacitada para o trabalho de forma permanente. É fundamental que a vítima procure um advogado especializado em direito do trabalho para analisar o seu caso e orientá-la sobre as melhores estratégias para buscar a reparação pelos danos sofridos.

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Frigorífico é parcialmente interditado no norte do RS por irregularidades trabalhistas.

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