Minerva vende frigorífico no Uruguai por US$ 48 mi para avançar acordo com Marfrig

Minerva vende frigorífico no Uruguai por US$ 48 mi para avançar acordo com Marfrig

Minerva vende frigorífico no Uruguai por US$ 48 milhões em busca da conclusão de negócio com Marfrig

Se o ditado popular de que o brasileiro não desiste nunca é verdade, a Minerva Foods está demonstrando isso na prática. A companhia tem se empenhado ao máximo para finalizar a aquisição dos ativos da Marfrig no Uruguai, uma operação que se estende por dois anos. Para dar um novo impulso a esse processo, a Minerva anunciou a venda de sua unidade em Colonia, Uruguai, por US$ 48 milhões.

A Minerva, através de sua controlada Athn Foods, firmou um contrato para vender a unidade uruguaia de Colonia ao grupo indiano Allana. O valor da transação, US$ 48 milhões, equivale a mais de R$ 260 milhões pela cotação atual. A informação foi divulgada em um fato relevante publicado pela empresa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no início da noite desta sexta-feira, dia 13 de junho. A venda representa um passo importante na estratégia da Minerva para obter a aprovação das autoridades antitruste uruguaias e concluir a aquisição dos ativos da Marfrig no país.

Contexto da Operação Minerva-Marfrig no Uruguai

A venda da unidade de Colonia faz parte de uma proposta apresentada pela Minerva no início de fevereiro à Coprodec, a autoridade antitruste uruguaia, que desempenha um papel semelhante ao do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil. A Minerva propôs essa contrapartida para viabilizar a compra das plantas de San José e Salto, que anteriormente pertenciam à Marfrig. A ideia era oferecer a venda da unidade de Colonia, também adquirida da Marfrig, como forma de mitigar as preocupações concorrenciais levantadas pelas autoridades.

O fechamento da operação ainda depende do cumprimento de “determinadas condições precedentes” e da aprovação da autoridade antitruste uruguaia, conforme comunicado pela Minerva. A empresa reiterou seu compromisso de manter os acionistas e o mercado informados sobre os desenvolvimentos relevantes relacionados a esse assunto. A saga da aquisição dos ativos da Marfrig pela Minerva se iniciou em 2023, quando a Minerva concordou em comprar 16 plantas da Marfrig por R$ 7,5 bilhões. O pacote original incluía onze plantas no Brasil, três no Uruguai, uma na Argentina e outra no Chile.

Histórico da Aquisição e Impasses Regulatórios

As autoridades de todos os países envolvidos aprovaram a aquisição das operações, com exceção do Uruguai. A Coprodec e a ministra da Economia e Finanças do Uruguai, Azucena Arbeleche, mantiveram a reprovação da compra em decisões sucessivas. A mais recente delas ocorreu em dezembro passado, quando a ministra Arbeleche reafirmou a decisão da Coprodec, tomada em outubro do ano anterior. Essa persistente resistência das autoridades uruguaias tem sido um obstáculo significativo para a concretização dos planos da Minerva no país.

Para a Minerva, a venda da unidade de Colonia pode ajudar a amortizar parte do valor investido na compra dos ativos no Uruguai, que totalizou R$ 675 milhões. A empresa já possui uma presença estabelecida no país, com quatro unidades localizadas em Melo, Canelones, Durazno e na capital Montevidéu. Juntas, essas plantas têm uma capacidade de abate de 3,7 mil cabeças por dia. A concretização do negócio no Uruguai, conforme planejado, elevaria essa capacidade para 4,5 mil cabeças por dia, consolidando a posição da Minerva no mercado uruguaio.

A Presença da Minerva no Uruguai e a Aquisição do Frigorífico Pul

A Minerva está presente no Uruguai desde 2011, quando adquiriu o frigorífico Pul por US$ 65 milhões. Na época, a empresa esperava que a aprovação do negócio com a Marfrig fosse um processo tranquilo, dada sua boa relação com o governo uruguaio, conforme fontes informaram ao AgFeed em fevereiro. No entanto, as dificuldades regulatórias persistiram, forçando a Minerva a buscar alternativas para obter a aprovação das autoridades antitruste e concluir a aquisição dos ativos da Marfrig.

A venda da unidade de Colonia para o grupo indiano Allana é vista como uma estratégia para resolver essas pendências e demonstrar à Coprodec que a Minerva está disposta a ceder em termos de participação de mercado para garantir a aprovação do negócio. A expectativa é que essa medida possa influenciar positivamente a decisão final da autoridade antitruste uruguaia e permitir que a Minerva avance com seus planos de expansão no país.

O Grupo Allana e Sua Atuação no Setor de Alimentos

O grupo Allana, comprador da unidade da Minerva em Colonia, é uma gigante do setor de alimentos com atuação global. Fundado em 1865, o grupo é um dos mais tradicionais da Índia e exporta para mais de 85 países. Seu portfólio diversificado inclui produtos como carne bovina, carne de frango, laticínios e alimentos processados. A aquisição da unidade da Minerva no Uruguai representa uma expansão significativa para o grupo indiano na América do Sul, permitindo que ele fortaleça sua presença no mercado de carne bovina e explore novas oportunidades de negócios na região.

A entrada do grupo Allana no mercado uruguaio também pode trazer benefícios para a economia local, com a geração de empregos e o aumento da produção de carne bovina. Além disso, a expertise e a rede de distribuição global do grupo indiano podem impulsionar as exportações de carne uruguaia para novos mercados, contribuindo para o crescimento do setor agropecuário do país. A transação entre a Minerva e o grupo Allana representa, portanto, uma oportunidade para ambas as empresas e para o Uruguai.

Impacto Financeiro da Venda para a Minerva

A venda da unidade de Colonia por US$ 48 milhões terá um impacto positivo nas finanças da Minerva. A empresa poderá utilizar os recursos obtidos com a venda para amortizar parte do valor investido na compra dos ativos da Marfrig no Uruguai, que totalizou R$ 675 milhões. Além disso, a venda poderá contribuir para a redução do endividamento da Minerva e para a melhoria de seus indicadores financeiros.

Apesar da venda da unidade de Colonia, a Minerva continuará presente no Uruguai com suas outras quatro unidades, localizadas em Melo, Canelones, Durazno e Montevidéu. Essas unidades têm uma capacidade de abate de 3,7 mil cabeças por dia e continuarão operando normalmente. A Minerva espera que a conclusão da compra das plantas de San José e Salto, que pertenciam à Marfrig, possa aumentar sua capacidade de abate no Uruguai para 4,5 mil cabeças por dia, consolidando sua posição no mercado local.

Próximos Passos e Expectativas para o Futuro

Os próximos passos da Minerva envolvem a obtenção da aprovação da autoridade antitruste uruguaia para a venda da unidade de Colonia ao grupo Allana e para a aquisição das plantas de San José e Salto, que pertenciam à Marfrig. A empresa está confiante de que a venda da unidade de Colonia, juntamente com outras medidas que possam ser necessárias, será suficiente para convencer a Coprodec a aprovar o negócio.

Caso a aprovação seja concedida, a Minerva poderá finalmente concluir a aquisição dos ativos da Marfrig no Uruguai e expandir sua presença no mercado local. A empresa espera que essa expansão possa gerar sinergias e eficiências operacionais, contribuindo para o aumento de sua rentabilidade e para a consolidação de sua posição como uma das maiores empresas de carne bovina da América do Sul.

Análise do Cenário Competitivo no Uruguai

A venda da unidade de Colonia para o grupo Allana pode alterar o cenário competitivo no mercado de carne bovina do Uruguai. Com a entrada de um novo player global, a concorrência pode aumentar, beneficiando os consumidores e impulsionando a inovação no setor. O grupo Allana, com sua expertise e rede de distribuição global, pode trazer novas tecnologias e práticas de gestão para o mercado uruguaio, contribuindo para o aumento da eficiência e da qualidade da produção de carne bovina.

A Minerva, por sua vez, continuará a competir no mercado uruguaio com suas outras quatro unidades e, caso a aquisição das plantas de San José e Salto seja aprovada, poderá fortalecer sua posição no mercado local. A empresa tem investido em tecnologia e inovação para aumentar sua eficiência e reduzir seus custos, o que lhe permite competir de forma eficaz com outros players do mercado.

Implicações para o Mercado de Carne Bovina na América do Sul

A transação entre a Minerva e o grupo Allana tem implicações não apenas para o mercado de carne bovina do Uruguai, mas também para o mercado regional. A entrada de um novo player global na América do Sul pode intensificar a concorrência e impulsionar a inovação no setor. Além disso, a transação pode influenciar as estratégias de outras empresas de carne bovina da região, que podem ser levadas a buscar novas oportunidades de expansão e consolidação.

A Minerva, com sua presença estabelecida no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, está bem posicionada para se beneficiar do crescimento do mercado de carne bovina na América do Sul. A empresa tem investido em tecnologia e inovação para aumentar sua eficiência e reduzir seus custos, o que lhe permite competir de forma eficaz com outros players do mercado e aproveitar as oportunidades de crescimento que surgem na região.

O Impacto da Decisão da Autoridade Antitruste Uruguaia

A decisão da autoridade antitruste uruguaia sobre a venda da unidade de Colonia para o grupo Allana e a aquisição das plantas de San José e Salto pela Minerva terá um impacto significativo no futuro do mercado de carne bovina do Uruguai e da região. Se a autoridade antitruste aprovar o negócio, a Minerva poderá expandir sua presença no mercado uruguaio e consolidar sua posição como uma das maiores empresas de carne bovina da América do Sul.

Por outro lado, se a autoridade antitruste reprovar o negócio, a Minerva poderá ter que buscar outras alternativas para expandir sua presença no mercado uruguaio e consolidar sua posição na região. A empresa tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação ao longo dos anos, e certamente encontrará novas formas de superar os obstáculos e alcançar seus objetivos.

Futuras Perspectivas

O futuro do mercado de carne bovina do Uruguai e da América do Sul é incerto, mas promissor. A demanda por carne bovina continua a crescer em todo o mundo, impulsionada pelo aumento da população e da renda nos países em desenvolvimento. As empresas de carne bovina que investirem em tecnologia e inovação, aumentarem sua eficiência e reduzirem seus custos estarão bem posicionadas para se beneficiar desse crescimento.

A Minerva, com sua presença estabelecida na região, sua experiência no setor e sua capacidade de adaptação, está bem preparada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem no futuro. A empresa continuará a investir em tecnologia e inovação, a buscar novas oportunidades de expansão e consolidação e a trabalhar em estreita colaboração com seus stakeholders para garantir o sucesso de seus negócios.






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