Influenza Aviária no Brasil: Ações e Reforço da Defesa Agropecuária
No dia 16 de maio, o Brasil registrou seu primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em avicultura comercial. O foco da manifestação da doença foi identificado em Montenegro, Rio Grande do Sul. Esta ocorrência estimulou a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) a intensificar a fiscalização em granjas avícolas em várias regiões do país. As ações começaram imediatamente, com fiscalizações em estabelecimentos de Arthur Nogueira e Pirassununga, além de um incubatório em Tietê. As cargas inspeccionadas não tinham como origem os municípios que se encontram dentro do raio de 30 km do foco, segundo a declaração de Paulo Blandino, médico-veterinário responsável pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA).
Escopo das Fiscalizações
A CDA tem implementado um plano de ação robusto desde o início de 2024, quando São Paulo confirmou a primeira ocorrência de IAAP em aves silvestres. Ao longo do ano, foram realizadas mais de 3.305 ações de vigilância ativa em todo o estado, focando especialmente na supervisão das granjas, especialmente aquelas em regiões costeiras onde a exposição à doença pode ser maior. Estes esforços têm como objetivo não apenas a detecção precoce, mas também a atuação efetiva na prevenção da disseminação do vírus.
As inspeções abrangem o controle da movimentação de aves, a monitorização das condições de higiene e a verificação de registros que comprovam as origens das aves e ovos recebidos. Essa vigilância é crucial para garantir a saúde das criações e a segurança da cadeia produtiva avícola no estado.
Medidas de Biosseguridade e Educação Continuada
Um componente fundamental na luta contra a Influenza Aviária é a biosseguridade. Com, o início de um novo programa de reciclagem, os veterinários registrados no estado foram atualizados sobre as mais recentes práticas de biosseguridade. Esse treinamento, que atraiu a atenção de mais de 200 profissionais, está alinhado com o plano de contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
A partir de junho, a implementação de um plano de contingência nas granjas será uma exigência durante as fiscalizações. Isso abrange também a capacitação contínua dos funcionários sobre IAAP e a Doença de Newcastle. A presença de práticas adequadas de biossegurança é crítica para minimizar a incidência e recorrência de surtos.
Educação e Envolvimento Comunitário
A Influenza Aviária não é apenas um problema para a avicultura, mas uma zoonose que pode impactar a saúde pública. Por isso, a Defesa Agropecuária tem buscado desenvolver programas de educação junto com outras instituições como a Secretaria da Saúde e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Estas iniciativas visam conscientizar a população sobre os riscos associados à doença e as medidas que podem ser adotadas para evitá-la.
Os projetos incluem ações de monitoramento de praias e colaborações com prefeituras e o ICMBIO, abordando como a interação com a fauna silvestre pode influenciar a disseminação da doença.
II Fórum Estadual de Influenza Aviária
No dia 3 de junho, a CDA, em parceria com a Associação Paulista de Avicultura e a Câmara Setorial de Ovos e Derivados, realizará o II Fórum Estadual de Influenza Aviária. O evento, que acontecerá no Memorial da América Latina em São Paulo, reunirá especialistas que discutirão a situação da doença no Brasil e no cenário mundial.
O fórum contará com apresentação de especialistas, incluindo Luciana da Costa, Professora Doutora na Universidade de Ohio, que trará insights sobre a ocorrência do vírus da Influenza Aviária em bovinos e a transmissão para humanos. Outros palestrantes incluem Dr. Rodrigo Frutuoso, da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), e membros do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, possibilitando uma troca enriquecedora de conhecimentos.
O Caminho à Frente
À medida que a situação da Influenza Aviária se desenvolve, o estado de São Paulo reafirma seu compromisso com a segurança da saúde pública e animal. O fortalecimento das ações de fiscalização e treinamento, alinhado a um plano de contingência robusto, são passos essenciais para mitigar os riscos associados a esta zoonose. As colaborações entre multiple instituições e o fórum previsto são uma prova do esforço coletivo para enfrentar essa preocupação.
Manter a vigilância e a educação será crucial nas próximas etapas, garantindo que os produtores avícolas, veterinários e a comunidade estejam preparados e informados. Somente com um esforço conjunto será possível proteger a saúde dos rebanhos e, por fim, a saúde da população.
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